Se você acompanha as notícias, já deve ter ouvido o termo metaverso circulando pelas manchetes. Afinal, desde o anúncio do Facebook Papers de mudar seu nome para Meta Platforms, além, é claro, das recentes reivindicações da Microsoft sobre o tema, a palavra ganhou a mídia e se tornou um sinônimo de tecnologia e progresso.
Mas, afinal, o que é o metaverso?
Bem, em termos bastante amplos, o termo metaverso se refere a uma convergência da realidade física, aumentada e virtual em um ambiente on-line compartilhado com milhões de usuários.
Em outras palavras, o termo pode ser entendido atualmente como um ambiente digital simulado que usa recursos tecnológicos de ponta – em conjunto com conceitos de mídias sociais – para criar espaços que permitam interações que se assemelham ao mundo real.
Muitos especialistas já apelidaram o metaverso como “uma versão 4D da nossa internet atual”, demonstrando como esse conjunto promissor de novas tecnologias pode criar um ambiente on-line no qual você está, literalmente, dentro e não apenas olhando para uma tela.
Quer saber mais sobre o metaverso e compreender como essa tecnologia promete mudar os rumos da sociedade como conhecemos? Então acompanhe nosso artigo e tire suas dúvidas sobre esse enorme sucesso da tecnologia atual. Confira.
O que é metaverso?
Bem, para explicar o que é, nós precisaremos voltar no tempo.
Pois é, acredite se quiser, mas lá nos idos de 1992, o termo foi originalmente cunhado em um romance de ficção científica, chamado “Snow Crash” e escrito por Neal Stephenson.
Em seu bestseller, Stephenson se baseou na premissa de um ambiente virtual onde seus personagens, representados como avatares realistas que se encontravam em edifícios 3D, desenvolviam suas histórias e conviviam em muitos (sim, dissemos MUITOS) ambientes de realidade virtual.
Surpreendentemente, após o romance de Stephenson, o metaverso passou a representar uma convergência utópica de experiências digitais alimentadas pela Lei de Moore.
Lei de Moore é uma expressão usada para se referir a uma observação feita por Gordon E. Moore (então presidente da Intel) que, em 1965, falou que a quantidade de transistores que poderiam ser colocados em uma mesma área dobraria a cada 18 meses, mantendo-se o mesmo custo de fabricação.
Em outras palavras, Moore “profetizou” uma tendência histórica da indústria de microchips e processadores, criando então a chamada Lei de Moore. Segundo ela, o número de transistores dos chips teria um aumento de 100%, pelo mesmo custo, a cada dois anos.
Em termos gerais, atualmente, toda a ideia de metaverso parte do princípio da criação de ambientes de realidade virtual e aumentada que, em tempo real e globalmente interconectados, permitirão que bilhões de pessoas trabalhem, joguem, colaborem e socializem de formas totalmente inovadoras.
Com isso, ele é considerado a próxima versão da internet, que aproveitará a inteligência artificial (IA), realidade aumentada (AR), realidade virtual (VR) e conectividade cada vez maior (por exemplo, redes 5G) para criar ambientes on-line mais imersivos, experienciais e interativos do que temos hoje.
Assim, o termo abrange praticamente tudo: desde reuniões virtuais e jogos que contam com realidade aumentada até compras on-line com a “prova” de produtos de forma virtual.
Em outras palavras, o metaverso pode ser compreendido como uma rede de mundos virtuais 3D focados em expandir nossa conexão social. E, mesmo que pareça que o metaverso já é uma realidade para nós, pois está sendo explorado atualmente em universos de jogos on-line como Fortnite, Minecraft e Roblox, o próprio Mark Zuckerberg, fundador da Meta, já declarou que acredita que pode levar de 5 a 10 anos para que os principais recursos do metaverso se consolidem.
Aplicações do metaverso que prometem mudar nossa sociedade
Como o metaverso é um tema quente no momento, muito se tem escrito e falado sobre o seu potencial para revolucionar o setor de jogos e entretenimento, além, é claro, de outras áreas como nossa socialização, trabalho e comércio.
Porém, outros setores, como a saúde e a educação, também são campos em que seu impacto pode ser transformador. Abaixo, falaresmos brevemente sobre isso.
Promessas do metaverso para revolucionar áreas como saúde e educação
No geral, o metaverso envolve a convergência de três grandes tendências tecnológicas, todas com potencial para impactar a saúde e a educação individualmente. Juntos, porém, eles poderiam criar canais inteiramente novos para a prestação de cuidados e serviços que tenham o potencial de reduzir custos e melhorar muito os resultados dos usuários. São eles:
Telepresença: permitindo que as pessoas fiquem juntas virtualmente, mesmo quando estão separadas fisicamente;
Gêmeos digitais: um modelo virtual ou simulação gerado – de qualquer objeto, processo ou sistema – que usa dados do mundo real e tem o objetivo de aprender mais sobre sua contraparte do mundo real. No caso do metaverso, o gêmeo digital pode ser do próprio usuário.
Blockchain: traz a capacidade de nos permitir criar uma internet distribuída através de bancos de dados criptografados que possibilita que os dados sejam armazenados e transferidos com segurança de uma maneira que ninguém, exceto o proprietário dos dados, possa adulterar.
A convergência dessas tecnologias centrais em ambientes virtuais promete, na área da saúde, permitir aos profissionais oferecer programas e pacotes de tratamento mais integrados, sem impedimentos pela natureza isolada de grande parte do sistema de saúde existente e com compartilhamento rápido de informações entre os médicos para otimizar os processos de tratamento de pacientes.
Já na área da educação, sugere-se que o potencial do metaverso está principalmente na ideia de um ambiente educacional capaz de construir uma nova comunicação social, com um maior grau de liberdade para criar e compartilhar.
Através da oferta de novas experiências e alta imersão por meio da virtualização, o metaverso tem um potencial infinito como um novo espaço de ensino onde a capacidade de quebrar as barreiras entre as disciplinas é ilimitada.
Ajudando a demonstrar como diferentes teorias podem ser aplicadas a situações da vida real, tarefas práticas de diferentes profissões e até mesmo habilidades médicas avançadas, como cirurgia, podem ser ensinadas usando VR no futuro, consolidando o aprendizado sem a preocupação das consequências do mundo real.